02/06/2011

Há mais borboletas no jardim do que conseguimos ver. Os estômagos sentem. Quando penso em água salgada em abundância vêm a escassez pra mostrar que não, não adianta pensar. A moda agora é sentir. Eu sinto. Tu sentes. Ele sente. Nós sentimos? Eu pude sentir, você eu não sei. Você sente diferente. É engraçado isso, vontade de rir, mas não irei fazê-lo pra que minha atitude não te machuque. Se bem que não faria diferença uma a mais ou uma a menos, ou faria? Você pensa diferente. Sempre é uma incógnita que os matemáticos não descobriram ainda. Mas a vida é engraçada. Uma mistura de saliva com pranto úmido e gelado, choro com riso, dor e dor e dor. Com as falas sobre A Caverna ou a aula que foi para você, que se percebe como tudo mudou, como era pra ser e você nem viu. Onde está meu enfermeiro? Não é apenas enfermeiros que cuidam de feridas, eu também cuido, das de quem vem até mim; quem cuidará de minhas feridas? Venha agora, por favor. O chá está esfriando e a porta aberta, é só entrar; não precisa bater, porque já estou a sua espera. Diga que chegará rápido. Não haverá o depois, é agora. Fico pensando como pode você não perceber que tudo muda, que tudo mudou, como é pensar que tudo será sempre igual, como é se conformar? Está difícil, mas não sei se sou do tipo que desiste fácil ou não. Está ferindo muito, não é justo. Você acaba de chegar e não existe mais nós, não há falar nem pronunciamentos, apenas silêncio. Acabou. Pude ver. Pude sentir. Não ouso pensar agora. Necessito de meu leite quente antes que a xícara se quebre. Ando sobrevivendo, mas não precisa se importar, apenas sobrevivo, por ai, por aqui, por. Também te defendi hoje, mas você não viu, talvez nem chegue a saber. Pouco importa, não mudará nada. Seu pessimismo andou me influenciando, tenho que parar com isso assim como você, mas pode ser que não consigas, porque quando não há força, não há trabalho. Eu sinto, sinto, é, eu sinto..

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