05/04/2011


Conversar.
Diz-me como, como podes saber? Olívia, em um momento, disse que talvez Eugênio demonstrasse demais sem perceber. Vai ver é isso. Demonstro demais e não percebo. Até a foto percebe. E nem precisa fazer esforço para tal proeza. Porque demonstro em excesso. Conversar. Sabe que descobri que é bom conversar? Mesmo que certas vezes eu não precise emitir voz para transmitir uma ideia, é bom falar. Manter minha voz ativa. Permutar-me. Transfigurar-me. Posicionar-me. Manter-me evidente. Sempre em estado de um it, de um i-dont-care. Conversar. Pois sim, mas nesse momento troquei as ondas sonoras de escutar-me pelas lindas e belas palavras que vindas de um ser como eu já se tornaram clichê. Sabe que já fui sem voz? Sim, teve um tempo que eu não possuía voz. Eu tinha a ideia de palavras pronunciadas, falava-as ainda, mas eu não possuía o geheimnis disso tudo. Falava sem mais, sem um objetivo, sem um nada de empolgação, era como se eu não tivesse voz. Eu era muda. Em outras palavras, eu não sabia expressar-me. Dava piruetas e cambalhotas e não fazia me entenderem. Não sabia usar a chave para abrir o baú de tesouros. Até que.
Até que aqui estou. Mentira. Até que houve uma luminosidade me atraindo em direção às fadas e mestres e magos sábios. Aprendi com eles a arte da palavra, dita e escrita. Aprendi eu a ser outra e ser a mesma de sempre. Posso dizer que vivi, aprendi a viver, nasci, renasci. Tantas mudanças; já sabes dizer se são muitas, poucas ou nenhuma? Da última vez não sabia. Porque eu vejo, muitas. Constante ciclo. Grande metamorfose. Grande casulo que se rompe. Grande borboleta majestosa, aprenda você a alçar voo; e voe, voe para onde quiseres, para o seu lugar, onde fadas  e mestres e magos te aguardam. E ai. Bom, quando chegarem lá vocês saberão.

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